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MP-RJ denuncia bombeiros presos por motim e danos.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou à Justiça, na noite desta sexta-feira, os bombeiros militares presos no último sábado durante a manifestação que culminou com a invasão do quartel central da corporação, no centro do Rio.
Confira o salário dos bombeiros em cada Estado do País
Segundo o MP-RJ, a informação de que eram 439 militares presos estava equivocada, sendo 429 o número correto, mesma quantidade de pessoas denunciadas. No entanto, os grevistas contabilizam um total de 439 bombeiros detidos: 419 presos, 12 que estavam doentes e foram transferidos para hospitais e mais 8 oficiais que estão no Gepe (Grupamento Especial de Policiamento).
A denúncia, por motim e danos, foi oferecida pelos promotores Leonardo Cuña e Isabella Pena Lucas. Além dos bombeiros, dois policiais militares que também estavam na manifestação foram denunciados. De acordo com o MP-RJ, os manifestantes praticaram "danos em material de utilidade militar" e "se aproveitaram do motim para esvaziar pneus de outras viaturas".
Após a Justiça decidir pela libertação dos bombeiros nesta sexta-feira, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), disse que para o Executivo fluminense o conflito envolvendo militares do Corpo de Bombeiros é assunto encerrado. No entanto, segundo ele, do ponto de vista administrativo, o comando da corporação abrirá um procedimento disciplinar para avaliar caso a caso.
Mais cedo, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro informou que um problema nos computadores da Auditoria Militar teria atrasado a confecção dos alvarás de soltura dos bombeiros presos no quartel de Charitas, em Niterói.
Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça, os alvarás tem que ser confeccionados um a um, para depois serem enviados a Polinter, órgão da Polícia Civil que ainda verificará se há algum bombeiro procurado pela Justiça. Segundo o TJ, o problema já foi sanado e a documentação será liberada ainda nesta sexta-feira.
Bombeiros na cadeia
Cerca de 2 mil bombeiros que protestavam por melhores salários invadiram o quartel do Comando-Geral dos Bombeiros, na praça da República, em 3 de junho. Os manifestantes chegaram a usar mulheres como escudo humano para impedir a entrada da cavalaria da Polícia Militar no local. No entanto, o Batalhão de Choque da Polícia Militar (Bope) invadiu o quartel por volta das 6h do dia seguinte e prendeu 439 bombeiros.
Os integrantes do protesto responderão pelos crimes de motim, dano ao aparelhamento militar (carros e mobiliário), dano a estabelecimento (quartel) e inutilização do meio destinado a salvamentos (impedir que carros saíssem para socorro). Dados oficiais apontam que os manifestantes danificaram viaturas, arrombaram portas do quartel e saquearam alimentos.
A situação vinha se tornando mais tensa desde maio, quando uma greve de guarda-vidas, que durou 17 dias, levou cinco militares à prisão. A paralisação acabou sendo encerrada por determinação da Justiça. Os bombeiros alegavam não ter recebido contraproposta do Estado sobre a reivindicação de aumento do piso mínimo para R$ 2 mil. Segundo eles, os profissionais recebem cerca de R$ 950 por mês.