Ouça ao Vivo

terça-feira, 28 de junho de 2011

VALE FM INFORMA:


Economia:


Brasil apoia Christine Lagarde para dirigir o FMI, diz Mantega.


Ministra francesa disputa com candidato mexicano, Agustin Carstens.
Disputa foi aberta após saída de Dominique Strauss-Kahn, preso em NY.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou nesta terça-feira (28) que o Brasil apoiará a candidata francesa, ministra Christine Lagarde, nas eleições para a direção do Fundo Monetário Internacional (FMI), marcadas para o fim deste mês.
O posto no FMI era ocupado por Dominique Strauss-Kahn, que renunciou após ter sido preso em Nova York sob acusação de ataque sexual a uma camareira de hotel. Concorre ao cargo, além de Lagarde, o candidato Agustin Carstens, presidente do BC mexicano.
Deliberação 'curta'
"Foi um processo de deliberação que foi muito curto, do nosso ponto de vista. Não deu tempo para discutir e aprofundar as posições. Esperamos que, nas próximas eleições, tenhamos um processo mais prolongado. Decidimos escolher a ministra Lagarde seja pela sua experiência, pelo seu currículo, e, fundamentalmente, pelo compromisso que ela demonstrou em continuar as reformas do FMI", declarou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. As candidaturas foram confirmadas em 10 de junho, e a votação acontece até o fim deste mês.
Segundo Mantega, é importante que não haja um "retrocesso" em relação aos avanços registrados nos últimos anos, que implicaram em aumento da participação dos países emergentes nas decisões do Fundo Monetário Internacional. "Também queremos que não haja restrições ao controle de capitais. Que não haja limitações ou regras para que possamos fazer isso", acrescentou o ministro.
Lagarde favorita
O anúncio do governo brasileiro foi feito após os Estados Unidos confirmaram seu apoio a ministra das Finanças da França. Lagarde também obteve o endosso da China, Rússia, Indonésia, Egito e de várias nações africanas. Carstens tem o apoio do Canadá e da Austrália, que junto ao México, têm representação de 12% no conselho.
A decisão dá a Lagarde apoio explícito das nações que representam mais da metade dos votos do FMI, efetivamente evitando qualquer debate significante entre os 24 executivos do conselho, quando se reunirem no final desta terça-feira. Ela garantiu o apoio da maior parte das nações europeias antes mesmo da disputa ao cargo ser oficialmente iniciada, no final de maio.
Reformas no FMI
O Ministério da Fazenda informou ainda que, para a escolha em favor de. Lagarde, pesaram não apenas seu currículo e experiência profissional, mas também seu "reiterado compromisso" com a continuidade do processo de reformas do Fundo.
Essas reformas, lembra o governo brasileiro, aumentam o peso das decisões dos países emergentes, em linha com seu "dinamismo na economia mundial", além de compromisso de que o próximo diretor-gerente, após Lagarde, não seja necessariamente europeu. "Os países pequenos devem ter voz adequada. Desde a crise global, os países pequenos têm enfrentado desafios específicos que demandam maior atenção do FMI", informou o Ministério da Fazenda.
Apoio condicionado
O apoio brasileiro à candidata francesa, Christine Lagarde, está "condicionado", segundo o Ministério da Fazenda, ao cumprimento dessas "reformas amplas e profundas". "Não podemos admitir retrocessos em relação às reformas implementadas nos últimos dois anos, sob pena de diminuir o peso e o papel do FMI", acrescentou o governo.
Mais funcionários no 'staff' do FMI
O governo brasileiro cobrou "maior diversidade" no “staff” do FMI em termos de nacionalidade, gênero e formação acadêmica e profissional; um aprimoramento da supervisão das economias avançadas sistemicamente importantes e, também, a "modernização das linhas de pensamento", adequando-se à "realidade das economias mundial e domésticas e superando a prevalência do ideário imposto pelas economias avançadas".
"O Brasil tem poucos funcionários. Não temos ninguém na vice-presidência e nas chefias de departamento, também temos pouca gente. Não se trata de demandar para o Brasil, mas para o conjunto de países emergentes em desenvolvimento, que têm uma representação pequena, e deveriam ter uma representação maior. Mas esperamos que o Brasil tenha uma presença maior no 'staff' do Fundo. Continuaremos tendo uma atuação bastante ativa", afirmou o ministro Mantega.
Para ele, o FMI deveria fiscalizar, principalmente, os países avançados. Em sua visão, as economias que têm causado mais "instabilidade" mundial. "Esse é mais um desafio para uma europeia", acrescentou Mantega.

CHAT

Tire todas as suas dúvidas sobre blogs.