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domingo, 4 de dezembro de 2011




__Festival em São Paulo___________________________


Em show sem impacto, New Order mostra hits no Ultra Music Festival.

‘Bizarre love triangle’, 'Temptation' e ‘Blue monday’ estiveram no repertório.
Soulwax ganhou o público com apresentação pesada e precisa.


De volta ao Brasil após uma recente reunião que não incluiu o baixista Peter Hook, o New Order fez no palco principal do Ultra Music Festival, na noite deste sábado (3) em São Paulo, uma das poucas apresentações em sua agenda para ano de 2011. O esperado show, entretanto, foi marcado por alguns problemas de som e por momentos de desânimo por parte da banda, que não fez valer o peso de sua história musical, parecendo ser apenas mais uma atração no meio da escalação que contou ainda com Sweedish House Mafia, Major Lazer e Death From Above 1979.

O vocalista Bernard Sumner durante show do New Order no Ultra Music Festival, em São Paulo (Foto: Raul Zito/G1)

Às 21h50, com 20 minutos de atraso, o vocalista e guitarrista Bernard Sumner elogiou o Brasil logo de cara: “é ótimo tocar aqui, o público é demais”. A garoa chegou a cair com certa intensidade, mas não se traduziu em chuva, para o alívio do bom público que marcava presença no Sambódromo do Anhembi. “Trouxemos o clima de Manchester para cá”, brincou Sumner ao comentar sobre a noite nublada. “Parece que estamos tocando em casa”. Simpático e empolgado, foi ele quem mais chamou a atenção por sua performance, especialmente quando esteve apenas com o microfone em mãos e, livre de sua guitarra, arriscou até alguns bons passos de dança aos 55 anos de idade.
Não há como negar que a carreira do New Order é surpreendente não apenas pela qualidade, mas pela quantidade de boas canções. É o caso de “Crystal”, escolhida para abrir o show, e de várias outras que permearam o repertório, como “Ceremony”, “The perfect kiss”, “Blue monday” e “Temptation”, além da excelente “Bizarre love triangle”, tocada em versão um pouco diferente no palco em São Paulo. A surpresa ficou por conta de “586”, do disco “Power, corruption & lies”, de 1986, que não costuma aparecer nos setlists da banda.
Seja pela má qualidade do som, que melhorou apenas perto do fim da apresentação, ou pelo fato de não tocarem juntos há tanto tempo, a banda britânica não conseguiu mostrar de maneira impactante a sonoridade que a tornou tão relevante na década de 1980 com o lançamento de álbuns como “Movement”, “Brotherhood” e “Technique”.
No fim das contas, o New Order cumpriu seu papel ao tocar quase todos os hits - e não são poucos, vale lembrar - esperados pelos fãs brasileiros. Mas a desajeitada saída do grupo do palco às 22h50 e a falta de empolgação de alguns dos membros, especialmente da tecladista Gillian Gilbert, talvez seja o indício de que a ausência do baixista Peter Hook não seja o maior de seus problemas.

Soulwax (Foto: Raul Zito/G1)

Os punks da eletrônica.
Quem subiu ao palco principal do Ultra Music Festival antes do New Order foi o grupo belga Soulwax, às 20h20. Poucas foram as palavras do vocalista Stephen Dewaele - como o breve “boa noite, Brasil! Vamos nos divertir” - mas por um bom motivo: a banda fez uma apresentação com um set emendado que não deu espaço para o papo furado.
A eletrônica do Soulwax, que se diz mais punk e roqueiro do que os demais nomes do gênero, tem um forte e positivo lado orgânico por conta do uso da bateria e do baixo. De fato, os elementos percussivos e as distorções do instrumento de quatro cordas fazem do som do grupo algo especialmente mais pesado do que se poderia esperar dos nomes dentro da escalação do Ultra Music Festival.
O show do Soulwax nem sempre é feito para dançar. Em determinados momentos, vale mais a pena prestar atenção nos detalhes das camadas sonoras criadas pela banda, na boa escolha dos timbres ou simplesmente nos efeitos da voz de Stephen. Por outro lado, certas canções conseguiram arrancar algumas das melhores e mais bizarras danças por parte do público.
Acompanhando o som da banda, fortes luzes brancas piscavam contra o público em velocidade surpreendente, algo que poderia virar motivo de preocupação para aqueles com tendências às convulsões. Fato é que o Soulwax ganhou boa parte do público com um show esperto e sem pausas, garantido por um som bem equalizado e volumes altos que em nenhum momento chegaram a incomodar.

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