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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

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__Chuvas_____________________________


Cenário é de destruição em Rio do Sul, em calamidade pública em SC.

moradores estão ilhados ou sem casa.
Águas do Itajaí-Açu cobrem 60% das casas do município há 5 dias.

Há cinco dias, casas estão completamente submersas em Rio do Sul. Segundo os moradores, a cidade subiu o morro (Foto: Rosanne D'Agostino/G1)

Moradores há uma semana fora de casa, ruas completamente inundadas, casas debaixo d’água, tratores, barcos, carros do Exército, lama, desespero. Rio do Sul, que decretou calamidade pública em razão dos temporais que atingiram Santa Catarina na última semana, vive dias de caos, sem previsão de término. O cenário é de destruição.
Desde a quinta-feira (8), quando a água começou a invadir as casas devagar, quase 70% da cidade está debaixo d’água. Os alagamentos chegaram a cobrir 90%. A cidade subiu o morro, contam os moradores. A repórter conseguiu entrar na cidade apenas neste domingo (11), dia em que a passagem pela BR-101 foi reaberta. São 350 metros para chegar ao centro. Depois, fim da linha: o resto permanece submerso.
Localizada em um vale por onde passa o rio Itajaí-Açu, que depois vai desembocar em Blumenau, Itajaí e outras cidades atingidas pelas enchentes, Rio do Sul foi a mais afetada. Desta vez, diferentemente de 2008, quando pouca gente se viu com a casa inundada, choveu por três dias seguidos sem parar. Trovões, raios. Desde o início do mês, duas enchentes menores já haviam atingido a cidade.
‘Ninguém entra, ninguém sai’
A Defesa Civil falava em um nível de 12 metros do rio, que só em Blumenau alcançou 12,4 metros. Os moradores, descrentes que a situação seria tão grave, não retiraram os objetos do comércio, e poucos levaram os pertences das casas. Uma parte está em casa de parentes, outra, ilhada há vários dias, e outra, em abrigos.

Lama em régua de medição da prefeitura mostra nível superior à grande enchente de 1984 na cidade, entre 14 e 15 metros (Foto: Rosanne D'Agostino/G1)

“Minha casa está com dois metros de água para cima do telhado. Perdi todas as minhas roupas, minhas coisa, tudo. Acho que a cidade toda. Muita gente, só com a roupa do corpo. Ninguém imaginou que ia subir tanto. Todo mundo colocou as coisas no segundo andar e saiu”, conta Maria Lucia Andre que, na entrada alagada da cidade, aguardava para tentar pegar comida com o irmão do outro lado.
Sem ter como passar, a moradora chora. Até que aparece um caminhão para levar um grupo. Dois dias antes, era só barco. A água baixou cerca de cinco metros. Ainda assim, carro ainda não pode entrar. Água e luz, somente em alguns pontos. Grande parte se abastece em uma bica, a que não é possível ter acesso se não de barco. Telefone, só celular, desde sábado à noite.
“Ninguém entra, ninguém sai”, completa o marido de Maria, Audimar Schlatter, 60. Segundo ele, que nasceu na cidade, a cheia só não foi pior do que a de 1983. “Em 2008 não foi assim. É desesperador.”
De fato, a régua oficial de medição da prefeitura mostrava que, apenas em 1983, quando enchentes devastaram diversas cidades de Santa Catarina, o nível do Itajaí-Açu subiu tanto. A marca da lama na parede, ainda molhada do alagamento, superou a de 1984, a última grande enchente ocorrida no município na história registrada.
Devastação
Os moradores estão nas ruas à espera de socorro, que começa a vir do Exército, cujos carros se aproximam da cidade na manhã de domingo. Apenas uma pessoa morreu na cidade, mas todos trabalham em conjunto em áreas já parcialmente secas para tirar a lama. Comércios inteiros foram devastados.
O abastecimento da cidade está prejudicado. Apenas um mercado está aberto, quase vazio. O único posto de gasolina está sem combustível. Cinco barragens na região estão com as comportas abertas, e todas vertendo. O sol raiou neste domingo. Se continuar assim, pelo menos uma semana ainda há de espera para Rio do Sul e suas vizinhas, Agronômica, Ituporanga, Aurora, Presidente Getúlio, Laurentino e Lontras, saírem debaixo das águas do Itajaí-Açu.
Ao todo, as chuvas em Santa Catarina afetaram quase 1 milhão de pessoas, 929,9 mil, em 91 municípios - muitos deles sofreram desabamentos, enchentes e tiveram casas completamente "engolidas" pelas águas. O número de desalojados, que estava em 167 mil na noite de sábado, caiu para 156,4 mil neste domingo. Até as 13h deste domingo, foram contabilizados 3 mortos, 3 feridos e 122 enfermos.
Oficialmente, duas pessoas morreram: um homem de 65 anos morto na quinta-feira (8), em Guabiruba, e outro de 50 anos, que morreu afogado em Itajaí neste sábado (10). Um terceiro homem, porém, morreu após ser atingido por uma descarga elétrica na sexta-feira (9), enquanto remava em um barco em Rio do Sul. Como o corpo não foi retirado da área isolada, não há confirmação oficial.

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