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__Economia / Mercados____________________________
Previsão do mercado excede teto da meta de inflação de 2011 pela 1ª vez.
Confirmação de que a previsão superou teto pela 1ª vez é do BC.
Em maio deste ano, previsão chegou a 6,40%, mas depois recuou.
O Banco Central confirmou nesta segunda-feira (26) que esta foi a primeira vez que os economistas do mercado financeiro elevaram sua a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano acima do teto do sistema de metas de inflação (6,50%).
O relatório de mercado, também conhecido como Focus, que é fruto de pesquisa do BC com os economistas dos bancos, informou que a estimativa de inflação deste ano passou de 6,46% para 6,52%. A previsão para o IPCA de 2012, por sua vez, subiu de 5,50% para 5,52%.
Em maio deste ano, a estimativa dos economistas do mercado financeiro para o IPCA deste ano havia subido para até 6,40%, mas depois disso recuou, voltando a ficar acima deste patamar somente no começo deste mês, em 6 de setembro. A previsão ultrapassou o teto, pela primeira vez, na última sexta-feira (23).
Sistema de metas de inflação
Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas. Neste momento, a autoridade monetária já está nivelando a taxa de juros para atingir a meta do próximo ano.
Para 2011 e 2012, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.O BC busca trazer a inflação para o centro da meta de 4,5% em 2012.
Quando a meta de inflação é descumprida, o presidente da autoridade monetária tem de escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando as razões que motivaram o "estouro" da meta formal. A última vez que a inflação ficou acima do teto da meta foi em 2004.
No começo deste ano, a inflação avançou com mais intensidade por conta do aumento dos preços das "commodities" (produtos com cotação no mercado internacional, como alimentos, petróleo e minério de ferros).
Juros
Os analistas do mercado financeiro mantiveram a previsão de que o Comitê de Política Monetária (Copom) voltará a baixar os juros em 0,5 ponto percentual em seu encontro de outubro, para 11,50% ao ano. Atualmente, a taxa está em 12% ao ano. Acreditam ainda que os juros voltarão a recuar em dezembro deste ano, quando atingiriam 11% ao ano. Para o fim de 2012, a estimativa do mercado permaneceu em 10,75% ao ano - o que pressupõe nova queda no decorrer do próximo ano.
Crescimento econômico e câmbio
O mercado financeiro também baixou, na semana passada, a sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2011 de 3,52% para 3,51%. Esta é a oitava semana consecutiva que a previsão para o crescimento da economia diminui.
Os ajustes começaram após a piora da crise financeira internacional, com a revisão para baixo da nota dos Estados Unidos pela Standard & Poors. Para 2012, a previsão do mercado de crescimento da economia brasileira permaneceu estável em 3,70%.
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2011 subiu de R$ 1,65 para R$ 1,68 por dólar. Para o fechamento de 2012, a previsão do mercado financeiro para a taxa de câmbio avançou de R$ 1,65 para R$ 1,68 por dólar.
Balança comercial
A projeção dos economistas do mercado financeiro para o superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2011 subiu de US$ 24 bilhões para US$ 25 bilhões na semana passada.
Para 2012, o BC revelou nesta segunda-feira que a previsão dos economistas para o saldo da balança comercial avançou em US$ 15,8 bilhões para US$ 16,4 bilhões de superávit.
No caso dos investimentos estrangeiros diretos, a expectativa do mercado para o ingresso de 2011 ficou estável em US$ 55 bilhões. Para 2012, a projeção de entrada de investimentos no Brasil permaneceu intalterada US$ 50 bilhões.