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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

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__Economia__________________________________


Economia para pagar juros quase dobra até agosto e soma R$ 96,5 bi.

Dado sobre o setor público consolidado foi divulgado nesta sexta pelo BC.
Em agosto, superávit primário somou R$ 4,5 bi, pior para o mês em 8 anos.

O Banco Central informou nesta sexta-feira (30) que as contas do setor público consolidado, que incluem o governo, os estados, municípios e empresas estatais, registraram um superávit primário, que é a economia feita para pagar os juros da dívida pública e tentar manter sua trajetória de queda, de R$ 96,54 bilhões de janeiro a agosto deste ano, ou 3,65% do Produto Interno Bruto (PIB).
O esforço fiscal registrou crescimento de 98% frente ao mesmo período do ano passado, quando o resultado positivo nas contas do setor público somou R$ 48,78 bilhões, ou 2,06% do PIB. Com isso, o resultado quase dobrou nos oito primeiros meses de 2011.
Meta anual
O superávit de janeiro a agosto de 2011, de R$ 96,5 bilhões, também representa 75,4% da meta de superávit primário revisada para o setor público consolidado em todo este ano - que é de R$ 127,9 bilhões, o equivalente a 3,2% do PIB. Em 12 meses até agosto, o resultado positivo somou R$ 149 bilhões, ou 3,78% do PIB - trajetória, portanto, acima da trajetória da meta anual.
Razões para o aumento
O forte crescimento do superávit primário de janeiro a agosto de 2011 se deve, principalmente, ao expressivo crescimento da arrecadação de impostos e contribuições federais, que avançou 13,26% neste período, em termos reais, o equivalente a R$ 107 bilhões de expansão, para R$ 630 bilhões.
Ao mesmo tempo, dados dos Tesouro Nacional também mostram que houve uma contenção de gastos, uma vez que as despesas cresceram 10,6% até agosto, menos do que as receitas (+18,8%) nos oito primeiros meses deste ano - em linha com o objetivo anunciado do governo de cortar R$ 50 bilhões do orçamento de 2011 e cumprir a meta cheia de superávit primário.
Outro fator também contribuiu para o crescimento do superávit primário das contas do setor público foi a baixa base de comparação. Nos oito primeiros meses de 2010, a arrecadação cresceu menos porque a economia ainda se ressentia dos efeitos da crise financeira de 2009.
Resultado de agosto
Somente em agosto, de acordo com informações divulgadas nesta quarta-feira pelo BC, o superávit primario das contas do setor público consolidado somou R$ 4,56 bilhões, o valor mais baixo para este mês em oito anos. Ao decompor o resultado do mês passado, o governo registrou um resultado positivo de R$ 2,03 bilhões, enquanto que os estados apresentaram um superávit de R$ 2,69 bilhões e as empresas estatais registraram um déficit primário de R$ 166 milhões.
Dívida pública
A dívida líquida do setor público, indicador que é acompanhado com atenção por investidores internacionais, passou de R$ 1,54 trilhão, ou 39,4% do PIB, em julho deste ano para R$ 1,54 trilhão no mês passado - o equivalente a 39,2% do PIB. A proporção da dívida com o PIB é considerada mais adequada por especialistas.
Para 2011, a expectativa é de queda na relação dívida/PIB. Caso a meta de superávit primário cheia seja cumprida, ou seja, sem o abatimento de despesas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), possibilidade já aprovada pelo Congresso Nacional e utilizada nos últimos dois anos pelo governo, a expectativa da equipe econômica é de que a relação dívida/PIB recue para 39% no fim deste ano.

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