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sexta-feira, 22 de julho de 2011

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São Paulo:


Kassab diz ter enviado denúncia de propina em feira para investigação.

Há suspeita de que integrantes do PR exigiriam R$ 300 mil de empresário.
Ministério Público pediu que a PF abra inquérito para apurar crimes.

Kassab disse já saber sobre denúncias de propina na feirinha da madrugada (Foto: Juliana Cardilli/G1)

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, disse nesta sexta-feira (22) ter recebido cartas que denunciavam a cobrança de propina de comerciantes na feirinha da madrugada do Brás, no Centro de São Paulo. Nesta quinta-feira (21), o Ministério Público Federal requisitou que a Polícia Federal abra um inquérito para apurar a cobrança de propina no local por parte de integrantes do Partido da República (PR).
“Foram várias [cartas com denúncias], todas elas encaminhadas aos órgãos competentes. Várias, várias, essa é uma delas, todas elas encaminhadas”, afirmou o prefeito, referindo-se a uma carta enviada pelo ex-administrador do local, recebida pelo prefeito em março deste ano, segundo reportagem do jornal “Folha de S. Paulo”. “Nós assumimos a área a pedido do governo federal para enfrentar esse crime."
O PR informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que defende uma “ampla investigação dos fatos”, mas que não vai se manifestar sobre as acusações. “O PR não se manifesta sobre temas que estejam sob investigação não conclusiva, mesmo porque as reportagens [sobre o assunto] não citam quais são os integrantes do partido estariam envolvidos no suposto esquema”, informou o partido.
A feira era administrada até 2010 pelo Governo Federal, que pediu ajuda à Prefeitura de São Paulo no trabalho. A transferência do terreno e da administração está sendo finalizada. Segundo Kassab, as denúncias sobre os crimes ocorridos na feirinha têm fundamento. “Essa é uma área do governo federal, que está consciente que o crime tinha invadido a área, explorando pessoas indevidamente, de uma maneira criminosa agindo no local, pediu que a Prefeitura assumisse a área e o ajudasse a enfrentar”, explicou.
Apesar de ter recebido as cartas, Kassab não comentou sobre o conteúdo delas. “Não cabe ao prefeito analisar, examinar, e, sim, encaminhar para os órgãos de polícia”, afirmou. Segundo ele, as ações para combater o crime na feirinha estão sendo finalizadas – “Em pouco tempo o crime será totalmente debelado”, disse o prefeito.
Cartas
Em carta escrita a um empresário considerado “amigo”, o vereador Agnaldo Timóteo (PR-SP) pergunta: “você se lembra que os oportunistas do meu partido te exigiram R$ 300 mil mensais?”. No fim da carta, o vereador ainda cita o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP). Diz que se o empresário não o tivesse “peitado”, não teria perdido “a galinha com ovos de ouro”. A reportagem  procurou o deputado desde quinta-feira e não obteve retorno até as 14h desta sexta.
O empresário administrou, entre 2004 e 2010, a chamada Feira da Madrugada, que reúne milhares de ambulantes na região central da capital paulista. Ele é suspeito de receber dinheiro de forma ilegal dos comerciantes locais. Procurado pelo G1, Timóteo confirmou ser o autor da carta, escrita em papel timbrado da Câmara dos Deputados em 31 de março deste ano. “Ele (o empresário) estaria usando o terreno de maneira indevida, cobrando aluguéis de uma área que não era dele”, disse o vereador.
“Ele (o empresário) me disse que alguém do PR o havia procurado por um cidadão dizendo que era do meu partido e estava exigindo R$ 300 mil. Não tenho por que acreditar que ele pagava essa importância”, afirmou Timóteo, que ressaltou não saber quem seria o suposto representante do PR.

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