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quinta-feira, 14 de julho de 2011

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Empressas:


Ganho de eficiência vai trazer redução de preços, diz BRF.

Companhia terá que abrir mão de marcas e alienar fábricas.
'O que é bom não dói, a gente cumpre e faz', diz presidente sobre restrições.

José Antonio Fay, presidente da Brasil Foods, comenta acordo de fusão (Foto: Darlan Alvarenga/G1)

O presidente da Brasil Foods (BRF), José Antonio Fay, afirmou nesta quarta-feira (13) que a fusão entre Sadia e Perdigão vai gerar ganho de eficiência à companhia, o que abrirá espaço para redução de preços dos produtos vendidos.
“Vamos ganhar eficiência ao longo do processo. Isso diminui os nossos custos, abrindo espaço para uma redução de preços”, afirmou, destacando que isso também irá depender do comportamento do consumidor.
Segundo ele, a companhia continuará oferecendo produtos e marcas para todas as classes. “Oferecemos produtos efetivamente justos do ponto de vista de preço, qualidade e marca. E isso vai continuar. Essa dinâmica não se altera", disse.
O executivo destacou que a companhia continuará com outras marcas no seu portifólio, além da Sadia, Perdigão e Batavo, inclusive "marcas de entrada". Entre as marcas que permanecerão com a BRF estão Chester, Elegê, Cotochés, Qualy, Claybom, Avipal, Sadilar e Deline.
Fay explicou, porém, que pelo acordo firmado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a BRF não poderá lançar marcas novas nas categorias onde terá que abrir mão de marcas e produtos, e alienar fábricas.
Em relação às linhas de produção que ficarão ociosas por conta das restrições impostas, o executivo disse que elas deverão ser ocupadas para a demanda internacional e variações de produtos já existentes.
“O mercado vai crescer e ocupar essa ociosidade”, disse. “Exportamos para mais de 140 países e somos a terceira maior exportadora brasileira”, destacou.
Impacto de 13% na receita
Segundo a BRF, o conjunto de restrições impostas para aprovar a fusão entre Sadia e Perdigão terá um impacto de cerca de R$ 3 bilhões no faturamento anual da companhia, o que corresponde a 11,6% do volume da BRF e a 13,1% da receita operacional líquida da companhia no ano de 2010.
Dos R$ 3 bilhões, R$ 1,726 bilhão correspondem ao faturamento dos ativos que serão vendidos. Já os produtos que terão a venda suspensa (das marcas Perdigão e Batavo) representam um faturamento de R$ 1,241 bilhão.
Apesar das restrições impostas, Fay considerou "bom" o acordo. “O que é bom não dói, a gente cumpre e faz. É um acordo razoável dentro de tudo do que a gente se propôs nessa negociação”, afirmou.  "Hoje é o dia em que encerramos a aquisição da Sadia", disse. "Sadia e Perdigão são marcas, não são mais companhias", acrescentou.
O presidente da BRF destacou que as restrições não abrangem as operações no mercado externo nem no mercado de lácteos. "A companhia tem um enorme espaço para crescer", disse.
Segundo ele, o acordo fechado com o Cade atende as preocupações antitruste, protege os consumidores a abre espaço para mais um concorrente. "O conceito foi criar um rival efetivo e abrir espaço para esse rival se estabelecer no mercado", disse.
Apesar das restrições, a BRF avalia que as medidas não trarão impactos para o desempenho da companhia no decorrer de 2011. Fay avaliou que a BRF terá condições de recuperar o nível de faturamento já em 2012. "Temos o mercado externo, a linha food service e de lácteos para recuperar isso", disse. "Vamos terminar 2012 muito maiores do que terminaremos 2011", acrescentou.
Sobre o valor de mercado dos bens e ativos que terão que ser vendidos, ele informou que a companhia irá iniciar agora o processo de avaliação para lançar concorrência para a aquisição do "negócio". A BRF não informou nenhuma avaliação do valor dos ativos.
Quando houver a venda dos ativos, a BRF terá que deixar de comercializar alguns produtos da marca Perdigão e Batavo. Os prazos para a negociação dos ativos estabelecidos pelo Cade são confidenciais. A expectativa é de que a venda de ativos ocorra no próximo ano.
Venda de ativos
Questionado sobre alguma preferência sobre o futuro comprador, o presidente da BRF disse que o importante é fazer o melhor negócio e que não há preferência por grupo nacional ou estrangeiro. "Eu tenho uma grande preferência que é vender bem, para quem pagar mais", disse. "O número de amigos aumentou nos últimos dias”, brincou.
Sobre a obrigatoriedade da alienação dos ativos em conjunto, Fay explicou que o negócio só faz sentido se for vendido "como um tod"o. Ele destacou, porém, que caso o potencial comprador não tenha interesse em parte dos ativos a BRF irá levar a questão ao Cade.
“Não tem como isso não ser vendido como um negócio. O que pode acontecer é um pedacinho, alguma coisa não interessar", disse. "Aí vai lá e vai perguntar ao Cade”, completou.
Fay explicou, no entanto, que a empresa poderá negociar individualmente, sem necessidade de realização de leilão. "Quem vende somos nós do jeito que nós quisermos", disse.
O executivo destacou também que o acordo firmado como Cade estabelece que a empresa que vier a adquirir os ativos terá que manter todos os empregados nos primeiros seis meses. "Não há nenhum tipo de ameaça para os nossos 115 mil funcionários", afirmou.
Segundo ele, os recursos levantados irão reforçar o caixa e poderão ser usados em investimentos no exterior ou no Brasil e possíveis aportes no mercado de lácteos - negócio que não foi afetado no acordo fechado com o Cade.

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