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Dia dos namorados: será que é possível ser feliz sozinho?
Casais apaixonados e solteiros falam sobre o Dia dos Namorados.
O casal de namorados Heloísa e Mário aproveita cada segundo que podem ficar juntos.Na bossa de Tom Jobim o músico é enfático quando diz que é impossível ser feliz sozinho, porque para ele, fundamental é mesmo o amor. Quando o dia 12 de junho bate à porta, mais do que os casais de namorados, os solteiros é quem quebram a cabeça para arranjar formas de tentar esquecer ou ainda, reinventar uma maneira de comemorar o dia dos namorados.
Na Internet a teoria de Jobim é levada a sério e ao menos no dia 12 de junho não foi feito para ficar sozinho. Em redes sociais, com destaque no Facebook e alguns blogs, a febre entre os usuários foi “alugar-se” para o dia dos namorados. Apenas em um dos eventos criados por um dos viciados em facebook, 501 solteiros haviam confirmado presença, ou seja, colocaram-se à disposição para encontrar algum desconhecido durante o domingo dos apaixonados. Para a estratégia dar certo, vale até cobrar pelo encontro.
Aos 78 anos, o aposentado Djalma Monguilhotti, viúvo há nove anos, garante que não vai se alugar. Isso porque para ele é possível ficar sozinho no Dia dos Namorados. “A data é linda, mas eu prefiro passar sozinho”, diz Djalma, freqüentador das festas promovidas pelo Cati (Centro de Atenção a Terceira Idade), em São José, lugar onde costuma encontrar suas “ficantes”, como ele mesmo as nomeia. “Não quero mais um relacionamento sério,”, define.
Em contraponto à opinião do aposentado está o jovem casal de namorados Heloísa Nascimento, 18 e Mário Magalhães, 21. Os dois estudantes são oficialmente um casal há duas semanas e, desde então, tentam passar o máximo possível de tempo juntos. “É difícil me ver longe dele. Hoje acho necessário ter alguém para partilhar momentos e em conseqüência ser feliz”, declara Heloísa.
Dia de refletir
Esse é o segundo dia dos namorados consecutivo que a naturóloga Larissa Florence, 23, passa sozinha. Fato que ela não leva como tristeza e sim como um momento de nostalgia ao lembrar relacionamentos que por um motivo ou outro não deram certo. “Acredito que eu preciso estar feliz comigo antes de fazer outra pessoa feliz. Não adianta colocar as expectativas da minha felicidade nas costas de um namorado”, lembra Larissa.
Aos solteiros, a psicóloga Dulce Pinheiro, aconselha que usem o dia 12 para refletir sobre essa necessidade de ter outra pessoa ao lado. “Atendo muitas jovens que só pelo fato de não terem um namorado pretendem comer uma panela inteira de brigadeiro”, conta Dulce. A pressão das propagandas na televisão e de toda a movimentação do comércio para incentivar o namoro, também colabora na ansiedade daqueles que estão sem um par. “Entre os adolescentes há uma cobrança, sempre tem um tio ou um irmão mais velho cobrando porque aquele jovem não tem ninguém para jantar no dia 12”, pontua.
Sobre os aluguéis de namorados, o psiquiatra Marcos de Noronha acha a estratégia ótima, principalmente se ela sair do campo da brincadeira. “É uma forma interessante dos solteiros terem a oportunidade aventurarem-se nesse dia, quem sabe esse primeiro encontro pode até virar algo mais sério”, incentiva o psiquiatra.
Receitas
A mão do comerciante aposentado Jacinto José de Melo, 76, não desgruda da mão da professora aposentada Altiva de Melo, 72. Casados há 54 anos, os dois não escondem o sorriso quando são convidados a falar de todos esses anos dividindo suas vidas. Pais de seis filhos e avós de 12 netos, Jacinto e Altiva garantem que hoje conseguem aproveitar mais o namoro do que na época em que os afazeres do trabalho e da criação dos filhos tomavam maior parte do tempo.
“Para manter um casamento há tanto tempo é preciso ter respeito”, confirma Altiva. A palavra respeito é tão forte, que os dois repetiram-na ao mesmo tempo durante várias vezes. “É a nossa receita de felicidade”, completa Jacinto.
Depois do casamento, a psicóloga Dulce Pinheiro enfatiza que é necessário manter o sentimento de namoro. “Mesmo depois de anos de união é necessário separar o tempo para que o casal faça coisas que costumavam fazer enquanto namorados”, explica.