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segunda-feira, 23 de maio de 2011

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Bombeiros resgatam corpo de vítima de naufrágio em Brasília.

Corpo encontrado é de uma mulher, que foi levado para o IML.
Bombeiros checam lista para saber se há mais desaparecidos.

Equipes trabalham nas buscas por desaparecidos no Lago Paranoá (Foto: WILSON DIAS/ABR)

Mergulhadores do Corpo de Bombeiros encontraram por volta das 11h40 desta segunda-feira (23) o corpo de uma mulher no Lago Paranoá, em Brasília. Segundo os bombeiros, o corpo é de uma vítima do naufrágio que ocorreu na noite deste domingo no lago, a segunda confirmada no acidente – a primeira foi a de um bebê de 6 meses.
O corpo resgatado nesta manhã seguiu para o Instituto Médico Legal (IML), para reconhecimento. Além  do corpo, os mergulhadores também encontraram a lista de convidados da festa em um dos compartimentos da embarcação.
A relação está sendo verificada pela equipe de resgate. Nenhum nome foi divulgado pelos bombeiros. Ainda há dúvidas sobre a quantidade de pessoas que estavam no barco no momento do naufrágio.
Segundo a major Vanessa Signali, dos bombeiros, o corpo resgatado estava próximo à embarcação. "A água está muito turva, a visibilidade é de menos de um metro", afirmou.
Ainda de acordo com ela, a previsão é que o barco não seja retirado do fundo do lago nesta segunda-feira porque ainda há muito material a ser analisado.
"Todo material que tinha no barco foi empurrado para o fundo, para a parte que ficou embicada. Há possibilidade de encontrarmos corpos no barco", disse.
Buscas
As buscas pelos desaparecidos foram retomadas por volta das 6h desta segunda. Após o acidente, os bombeiros diziam haver sete desaparecidos, mas o número foi corrigido para oito.
Depois do resgate do corpo nesta manhã, os bombeiros passaram a considerar a possibilidade de haver mais uma pessoa desaparecida, porque um nome pode estar repetido na lista de passageiros. De acordo com os bombeiros, 94 pessoas foram resgatadas na noite de domingo.
“Não recebemos uma lista fechada dos passageiros do barco, por isso não é possível dizer por enquanto quantas pessoas estavam a bordo”, afirmou o coronel Luis Blumm, do Comando Operacional do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.
“As equipes que começaram o resgate ontem retomaram a operação agora [manhã de segunda]. Já temos um barco para avaliar a situação, vamos fazer uma varredura para ter uma ideia melhor da situação”, disse o major Adriano Azevedo, chefe da operação.
“Hoje o dia é de buscas. Ontem [domingo], o resgate das 94 pessoas foi complicado em razão do frio e da iluminação precária. Os civis que tinham embarcações auxiliaram no trabalho dos bombeiros”, relatou o major.
Entre os desaparecidos, está Valdelice Fernandes, de 34 anos, mãe do bebê de seis meses que morreu afogado no acidente. De acordo com o Blumm, o bebê foi retirado da água pelos bombeiros e recebeu massagem cardíaca, mas não resistiu e morreu na margem do lago.
Causas do acidente
O delegado da Marinha Fábio Rogério Leite Sousa afirmou que abriu um inquérito administrativo para apurar as causas do acidente. Ele disse que há indícios de que havia excesso de passageiros. Segundo ele, a embarcação tinha capacidade para 90 pessoas.
Nota divulgada pela Marinha nesta segunda-feira, porém, diz que o barco tinha capacidade para 90 passageiros e 2 tripulantes. Havia mais de cem a bordo.
Sousa ainda que os documentos da embarcação estavam em dia. O delegado não soube dizer, com certeza, de onde a embarcação partiu. Em nota, a Associação dos Servidores da Câmara dos Deputados (Ascade) informou que o barco se chamava Imagination e que era de propriedade particular.
Relatos de vítimas
Antes de prestar depoimento na 10º Delegacia de Policia de Brasília, o piloto do barco, Airton da Silva Maciel, de 28 anos, disse que a embarcação passava por reformas. Ele afirmou que, durante a festa, foi várias vezes à casa de máquinas para checar se havia infiltração de água. Em uma dessas vistorias, ele disse que verificou a água entrando na ambarcação. Em seguida, o barco começou a virar.
Parte dos ocupantes da embarcação recebeu os primeiros socorros no clube Ascade, que fica perto do local do acidente.
Por volta das 23h15 de domingo, algumas vítimas resgatadas começaram a deixar o clube. Uma das primeiras vítimas a deixar o local após receber os primeiros socorros, Jéssica Yvi, de 22 anos, disse que o barco começou a virar rapidamente.

"Estávamos lá e, de repente, uma mulher pediu para todos irem para a frente do barco. Ele [o barco] foi virando e afundando", afirmou.
Magno Moreira, de 22 anos, contou que a festa era paga, com entrada a R$ 60, e tinha bebida liberada. “Uma hora depois de entramos no barco, fui ao banheiro e vi que começou a subir água. Logo depois, em dez minutos, a embarcação virou e afundou. Eu não sei nadar e me apoiei em um pedaço do barco que ficou para fora [da água]", contou. De acordo com o jovem, havia cerca de 20 de coletes salva-vidas na embarcação.
Há um ano
Há exatamente um ano, o naufrágio de uma lancha no Lago Paranoá resultou na morte de duas irmãs, que não sabiam nadar. A perícia indicou que a superlotação provocou o naufrágio da lancha. Com capacidade para seis pessoas, a embarcação levava 11 passageiros na hora do acidente. O piloto, José da Rocha Costa Júnior, foi indiciado por homicídio culposo

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